Assassinatos em Massa: uma Perspectiva sobre as Causas e a Prevenção no Contexto Nacional

Authors

  • Silvio José Lemos Vasconcelos Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
  • Lisiane dos Santos Welter Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
  • Thamires Pereira Barbosa Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
  • Luiza Vieira Macedo Pinto Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
  • Rafaella Valli Santanna Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
  • Eduarda Portella Quevedo Departamento de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
  • Fernanda de Vargas Departamento de Ciências Criminais da PUCRS, Santa Maria, RS, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.17063/bjfs10(3)y2021401-422

Keywords:

Psicologia Jurídica, aSSASSINATO EM MASSA, SAÚDE MENTAL

Abstract

O assassinato em massa é definido quando ocorre pelo menos três ou quatro assassinatos ao mesmo tempo e no mesmo local. Geralmente ocorre em um breve período, dentro de algumas horas, e em local único ou em áreas próximas, como local de trabalho, lazer ou escola. No Brasil, apesar dos episódios recentes, o assunto ainda é pouco investigado, principalmente por psicólogos. A produção científica brasileira sobre assassinatos em massa é realmente escassa. Este artigo tem como objetivo elucidar o estado atual do conhecimento sobre o assunto. Os autores realizam uma revisão narrativa de estudos epidemiológicos e sociais sobre o tema. A ocorrência de assassinatos em massa pode ser compreendida a partir de um entendimento biopsicossocial, incluindo sintomas psicóticos que impulsionam o crime. Questões de prevenção no cenário internacional também são abordadas neste artigo. Este estudo pode contribuir para impulsionar a produção científica nacional sobre o assunto e gerar reflexões oportunas sobre a prevenção de problemas.

References

Uol. (2018). Homem mata 4 pessoas dentro de Catedral em Campinas (SP) e se suicida.Uol. [publicação online]. 2018 [acesso em 10 mar. 2021]. Disponível em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/12/11/troca-de-tiros-em-catedral-deixa-morto-e-feridos-no-centro-de-campinas-sp.htm

Uol. (2019). Cronologia de ataques a tiros em escolas do Brasil.Uol. [publicação online]. 2019 [acesso em 10 mar. 2021]. Disponível em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2019/03/13/cronologia-de-ataques-a-tiros-em-escolas-do-brasil.htm

Guaíba (2020). Polícia Civil investiga se autor da chacina em Santa Catarina teve ajuda. Guaíba. [publicação online]. 2021 [acesso em 14 maio 2021]. Disponível em https://guaiba.com.br/2021/05/07/policia-civil-investiga-se-autor-de-chacina-em-creche-de-santa-catarina-teve-ajuda/

Knoll JL. Mass Murder: Causes, Classification, and Prevention. Psychiatric Clinics of North America. 2012;35(4):757-80. https://doi.org/10.1016/j.psc.2012.08.001 DOI: https://doi.org/10.1016/j.psc.2012.08.001

Imai H, Ogawa Y, Okumiya K, Matsubayashi K. (2019). Amok: a mirror of time and people. A historical review of literature. History of Psychiatry. 2019; 30(1):38-57. https://doi.org/10.1177/0957154X18803499 DOI: https://doi.org/10.1177/0957154X18803499

Brasil. Código Penal 2008. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Vade mecum. São Paulo, SP: Saraiva.

Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2008. 271 p.

Hutz CS, Bandeira DS, Trentini CM, Krug JS. Psicodiagnóstico. 1. ed. Porto Alegre: Artmed; 2016. 428 p.

Gill P, Silver J, Horgan J, Corner E. Shooting Alone: The Pre-Attack Experiences and Behaviors of U.S. Solo Mass Murderers. Journal of Forensic Sciences. 2017; 62(3):710-14. https://doi.org/10.1111/1556-4029.13330 DOI: https://doi.org/10.1111/1556-4029.13330

Sarteschi CM. Severe Mental Illness, Somatic Delusions, and Attempted Mass Murder. Journal of Forensic Sciences. 2016;61(1):284-7. https://doi.org/10.1111/1556-4029.12876 DOI: https://doi.org/10.1111/1556-4029.12876

Knoll JL, Meloy JR. Mass murder and the violent paranoid spectrum. Psychiatric Annals. 2014; 44(5): 236-43. https://doi.org/10.3928/00485713-20140502-07 DOI: https://doi.org/10.3928/00485713-20140502-07

Peter E, Seidenbecher S, Bogerts B, Dobrowolny H, Schöne M. Mass murders in Germany - classification of surviving offenders based on the examination of court files. The Journal of Forensic Psychiatry & Psychology. 2019;30(3):381-400. DOI: https://doi.org/10.1080/14789949.2019.1593486

https://doi.org/10.1080/14789949.2019.1593486

Winter D, Tschudi F. Construing a "Perfect Knight": A Personal Construct Investigation of Mass Murder. Journal of Constructivist Psychology. 2015;28(2): 139-51. https://doi.org/10.1080/10720537.2013.846837 DOI: https://doi.org/10.1080/10720537.2013.846837

Feis J, Feist GJ, Roberts TA. Teorias da Personalidade. 8. ed. Porto Alegre: Artmed; 2015. 464 p.

Hamad E, Johnson A, Kinsella E. Reconstruction of existing constructs: A personal construct theory approach for cross-cultural construing of quantitative measures. Personality and Individual Differences. 2016;101:483. DOI: https://doi.org/10.1016/j.paid.2016.05.159

https://doi.org/10.1016/j.paid.2016.05.159

Taylor MA. A Comprehensive Study of Mass Murder Precipitants and Motivations of Offenders. International Journal of Offender Therapy and Comparative Criminology. 2018; 62(2):427-49. https://doi.org/10.1177/0306624X16646805 DOI: https://doi.org/10.1177/0306624X16646805

Meloy JR, Hempel AG, Mohandie K, Shiva AA, Gray BT. Offender and offense characteristics of a nonrandom sample of adolescent mass murderers. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry 2001;40:719-28. https://doi.org/10.1097/00004583-200106000-00018 DOI: https://doi.org/10.1097/00004583-200106000-00018

Follman M, Aronsen G, Pan D. (2012). A guide to mass shootings in America. Mother Jones 2012;15:119. Disponível em: https://www.motherjones.com/politics/2012/07/mass-shootings-map/

Adler L, Marx D, Apel H, Wolfersdorf M, Hajak G. Zur Stabilität des 'Amokläufer' - Syndroms. Fortschritte der Neurologie-Psychiatrie. 2006;74:582-90. https://doi.org/10.1055/s-2005-919092 DOI: https://doi.org/10.1055/s-2005-919092

Fox JA, Levin J. Mass confusion concerning mass murder. The Criminologist 2015;40(1):8-11.

Petee TA, Padgett KG, York TS. Debunking the Stereotype: An Examination of Mass Murder in Public Places. Homicide studies 1997;1(4):317-37. https://doi.org/10.1177/1088767997001004002 DOI: https://doi.org/10.1177/1088767997001004002

Hilal SM, Densley JA, Li SD, Ma Y. The Routine of Mass Murder in China. Homicide Studies. 2014;18(1):83-104. https://doi.org/10.1177/1088767913505092 DOI: https://doi.org/10.1177/1088767913505092

Agnich LE. A Comparative Analysis of Attempted and Completed School-Based Mass Murder Attacks. American Journal of Criminal Justice. 2014;40(1):1-22. https://doi.org/10.1007/s12103-014-9239-5 DOI: https://doi.org/10.1007/s12103-014-9239-5

Nexo. (2019). O que diz a ciência sobre acesso a armas e violência, em 5 estudos. [publicação online]. 2019 [acesso em 10 mar. 2021]. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/01/20/O-que-diz-a-ci%C3%AAncia-sobre-acesso-a-armas-e-viol%C3%AAncia-em-5-estudos

Joslyn MR, Haider-Markel DP. Gun Ownership and Self-Serving Attributions for Mass Shooting Tragedies. Social Science Quarterly. 2017;98(2):429-42. DOI: https://doi.org/10.1111/ssqu.12420

https://doi.org/10.1111/ssqu.12420

Heider F. The psychology of interpersonal relations. John Wiley & Sons 1958. https://doi.org/10.1037/10628-000 DOI: https://doi.org/10.1037/10628-000

Ferreira MPM. Teoria(s) da atribuição: um quadro explicativo para o rendimento acadêmico. Revista Brasileira de Educação. 2019;24:e240037. https://doi.org/10.1590/s1413-24782019240037 DOI: https://doi.org/10.1590/s1413-24782019240037

Kleck G. The Impact of Gun Ownership Rates on Crime Rates: A Methodological Review of the Evidence. Journal of Criminal Justice. 2015;43(1):40-8. https://doi.org/10.1016/j.jcrimjus.2014.12.002 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcrimjus.2014.12.002

Moorhouse JC, Wanner B. (2006). Does Gun Control Reduce Crime or Does Crime Increase Gun Control? Cato Journal. 2006;26(1):103-24.

Lewis JS The Relationship between Gun Control Strictnessand Mass Murder in the United States: A NationalStudy 2009-2015. International Social Science Review 2018;94(2):1-23.

Chapman S, Alpers P, Agho K, Jones M. (2006). Australia's 1996 Gun Law Reforms: Faster Falls in Firearm Deaths, Firearm Suicides, and a Decade without Mass Shootings. Injury Prevention. 2006;12(6):365-72. https://doi.org/10.1136/ip.2006.013714 DOI: https://doi.org/10.1136/ip.2006.013714

Lemieux F. Effect of Gun Culture and Firearm Laws on Gun Violence and Mass Shootings in the United States: A Multi-level Quantitative Analysis. International Journal of Criminal Justice Sciences. 2014;9(1):74-93.

Silva RM. Da Navalha de Occam a um método de categorização de textos simples, eficiente e robusto [Dissertação de Doutorado]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, UNICAMPI; 2017.

Ronel N. Why victimology should stay positive: The ongoing need for positive victimology. Temida. 2015;18:3-6. https://doi.org/10.2298/TEM1504005R DOI: https://doi.org/10.2298/TEM1504005R

Auxemery Y. The mass murderer history: modern classifications, sociodemographic and psychopathological characteristics, suicidal dimensions, and media contagion of mass murders.Compr Psychiatry. 2015;56:149-54. DOI: https://doi.org/10.1016/j.comppsych.2014.09.003

https://doi.org/10.1016/j.comppsych.2014.09.003

Levin J, Madfis E. Mass Murder at School and Cumulative Strain. American Behavioral Scientist. 2009;52(9):1227-45. https://doi.org/10.1177/0002764209332543 DOI: https://doi.org/10.1177/0002764209332543

Hagan CR, Podlogar MC, Joiner TE. Murder-suicide: bridging the gap between mass murder, amok, and suicide. Journal of Aggression, Conflict and Peace Research. 2015;7(3):179-86. https://doi.org/10.1108/JACPR-07-2014-0132 DOI: https://doi.org/10.1108/JACPR-07-2014-0132

Waiselfisz JJ. Mapa da violência 2014: os jovens do Brasil. Brasília: Flacso; 2014. 185 p.

Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. 2015;19(3): 445-53. DOI: https://doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0193857

https://doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0193857

Carretta C, Burgess A, Welner M. Gaps in Crisis Mental Health: Suicide and Homicide-suicide. Archives of Psychiatric Nursing. 2015;29(5):339-45. https://doi.org/10.1016/j.apnu.2015.06.002 DOI: https://doi.org/10.1016/j.apnu.2015.06.002

Paloski LP, Christ HD. Terapia cognitivo-comportamental para depressão com sintomas psicóticos: Uma revisão teórica. Contextos Clínicos. 2014;7(2):220-8. https://doi.org/10.4013/ctc.2014.72.09 DOI: https://doi.org/10.4013/ctc.2014.72.09

Lester D, Stack S, Schmidtke A, Schaller S, Muller I. The deadliness of mass murderers. Psychological Report. 2004;94(3 Pt 2):1404. https://doi.org/10.2466/PR0.94.3.1404-1404 DOI: https://doi.org/10.2466/PR0.94.3.1404-1404

Kon Y. Amok. British Journal of Psychiatry. 1994;165(5):658-89. https://doi.org/10.1192/bjp.165.5.685 DOI: https://doi.org/10.1192/bjp.165.5.685

Kalish R, Kimmel M. Suicide by mass murder: Masculinity, aggrieved entitlement, and rampage school shootings. Health Sociology Review. 2010;19(4):451-64. https://doi.org/10.5172/hesr.2010.19.4.451 DOI: https://doi.org/10.5172/hesr.2010.19.4.451

Correia E, Lucas S, Lamia A. Profiling: Uma técnica auxiliar de investigação criminal. Análise Psicológica 2007;25(4):595-601. https://doi.org/10.14417/ap.468 DOI: https://doi.org/10.14417/ap.468

Lankford A. Race and mass murder in the United States: A social and behavioral analysis. Current Sociology. 2015;64(3):470-90. https://doi.org/10.1177/0011392115617227 DOI: https://doi.org/10.1177/0011392115617227

Lee JK. (2018). Mass Shootings and Media Contagion Theory: Social Media's Influence on Frequency of Incidents. Elon Journal of Undergraduate Research in Communications. 2018;9(2):27-35.

Shermer M. The Sandy Hook Effect. Skeptic 2013;18(1):33-43. Disponível em: https://www.skeptic.com/reading_room/the-sandy-hook-effect/

Dicionário On Line. [publicação online]. [acesso em 10 mar. 2021]. Disponível em http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=prevenir

Declerq F, Audenaert K. (2011). A case of mass murder: Personality disorder, psychopathology and violence mode. Agression and violent behavior 2011;16(2):135-43. https://doi.org/10.1016/j.avb.2011.02.001 DOI: https://doi.org/10.1016/j.avb.2011.02.001

Joaquim RM, Radis, LB. (2020). Personalidade e expressão facial da emoção: investigando padrões em um caso de assassinato em massa. Debates em Psiquiatria. 2020;33-42. https://doi.org/10.25118/2236-918X-10-1-4 DOI: https://doi.org/10.25118/2236-918X-10-1-4

Published

2021-06-15

How to Cite

Lemos Vasconcelos, S. J., dos Santos Welter, L., Pereira Barbosa, T., Macedo Pinto, L. V., Valli Santanna, R., Portella Quevedo, E., & de Vargas, F. (2021). Assassinatos em Massa: uma Perspectiva sobre as Causas e a Prevenção no Contexto Nacional. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics, 10(3), 401–422. https://doi.org/10.17063/bjfs10(3)y2021401-422